Criado por soldado, aplicativo da BM vai fiscalizar presos no Vale do Sinos

Criado por soldado, aplicativo da BM vai fiscalizar presos no Vale do Sinos
Aplicativo da BM foi criado pelo soldado Ricardo Gasparotto, do Comando Regional do Vale do SinosBrigada Miltar / Divulgação

Segundo o tenente-coronel Carlos Daniel Schultz Coelho,comandante da BM na região, desde 2019 é discutida a necessidade de melhorar a fiscalização de presos e evitar que policiais percam muito tempo nesta tarefa, prejudicando o trabalho de patrulhamento nas ruas. As polícias, juntas, incluindo guardas municipais de Novo Hamburgo e de São Leopoldo, fiscalizavam em média 35 apenados por semana.

Depois da vistoria, o agente voltava para a sede da corporação com o objetivo de fazer planilhas e relatório, e, além da atualização dos dados, tinha que mandá-los por e-mail para todos os órgãos competentes. Os policiais levavam pelo menos uma semana em todo o processo e, muitas vezes, com dados já defasados.


App


O tenente-coronel ressalta que, em uma das reuniões, ele informou que o soldado Ricardo Gasparotto já havia sugerido a criação do aplicativo. Todos integrantes da reunião concordaram, e o brigadiano pediu um prazo de cinco meses para concluir o projeto. Com o app finalizado, ele passou a ser testado nos últimos dois meses. E deu certo.

— Foi uma honra aceitar o desafio e estou lisonjeado com o resultado que vai beneficiar a sociedade — ressaltou Gasparotto.

O app vai funcionar, inicialmente, para monitoramento de apenados de Novo Hamburgo, São Leopoldo e Taquara. Mas já há projeto para que seja utilizado em todo o Estado, além de ter a possibilidade de ser integrado a outras plataformas, como o Sistema de Informações Estatísticas do Sistema Penitenciário Brasileiro (Infopen) e Sistema de Consultas Integradas da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.

Brigada Militar / Divulgação
Monitoramento de presos será automatizado e permitirá maior integração entre órgãos de segurança e da JustiçaBrigada Militar / Divulgação

Como funciona  

De posse do próprio celular, um policial — em uma determinada região — entra no app usando login e senha e, com isso, acessa uma lista de apenados que trabalham ou moram nas imediações. Ao conferir um endereço escolhido, o PM vai ao local e pode fazer foto do ambiente ou do apenado para conferir se ele está trabalhando, por exemplo, ou cumprindo pena em prisão domiciliar.

Desta forma, ele lança a atual situação do preso no sistema. Além da facilidade da vistoria e da atualização dos dados, juízes, promotores, agentes penitenciários e demais policiais podem saber automaticamente se o apenado está ou não no local indicado.

Brigada Militar / Divulgação
Fiscalização será mais ágilBrigada Militar / Divulgação

— O que antes era preciso anotar e, apesar da boa-fé do policial, não ter algum tipo de prova, agora o brigadiano tem facilidade em encontrar o preso, pode fazer fotos que comprovam a fiscalização e ainda atualizam a situação. E mais, não precisa voltar ao quartel para ficar dias fazendo planilhas e lançando os dados no sistema. Eles já são automatizados na hora da fiscalização — explica o tenente-coronel Daniel.

Segundo o comando do Vale do Sinos, o sistema é por georreferenciamento, com todas as coordenadas dos locais escolhidos, com envio imediato de imagens e relatórios. Por exemplo, se um apenado não estiver no local indicado, a situação será comunicada na hora e, após verificação, ele poderá responder por processo administrativo e até mesmo ter a regressão do regime penitenciário. Com isso, a Justiça já pode já decidir por uma nova medida e outras polícias podem iniciar imediatamente com as buscas se ele, por exemplo, for considerado foragido. Por outro lado, o app reforça também a boa conduta dos presos que estão cumprindo diariamente as medidas impostas.  


Gaucha ZH/ABAMF